1.10.07

"An absurd explanation"

Para quem ainda não viu, aqui fica um dos pontos altos dos debates do GOP. O momento onde Ron Paul explica a Rudy Giuliani como funciona a política internacional.



Humilhação pública?

A "explicação absurda" é aquela que constava do relatório da CIA sobre o 9/11. Contudo, e dando de barato que Giuliani desconhecia este facto, este episódio mostra bem o populismo (não é só em Portugal, pelos vistos) dos candidatos que jogam nestas primárias a cartada da demogogia securitária e irresponsável.

Há porém quem não entre na onda.

11 comentários:

Quizzer disse...

O Filipe Abrantes já alguma vez leu um livro chamado "Ben Laden: La Vérité interdite"?
http://www.amazon.fr/Ben-Laden-interdite-Jean-Charles-Brisard/dp/2207253201

É um livro, de raiz conspiracionista e paranóica e que veio a motivar alguns pedidos de desculpas públicos por parte dos autores, essencial para perceber o pensamento de Ron Paul sobre este assunto.

Voltarei a este assunto do 9/11 e da doutrina da guerra e da paz defendida por Ron Paul - para lá da extraordinária tese do fundamentalismo islâmico ser um "gigante adormecido" despertado pelas políticas norte-americanas e europeias após a II GM: coisa risível para quem lhe conhece a história - quer ao fundamentalismo, quer ao século.

Para já, gostaria de estender a questão que já deixei nestas caixas de comentários sobre a posição de Ron Paul em relação à CIRA ao Filipe Abrantes.

CN disse...

"Doutrina da guerra e da paz de Ron Paul"

...

parece que ele inventou uma debaixo do braço.

Sejam quais forem as origens do fundamentalismo o que não vai negar é a presença que eles podem achar irritante do "Ocidente" por aquelas paragens por todo o século 20.

POranto após aWII é capaz de estar errado. Churchill já andava a bombardear as tribos do seu país desenhado a regua (Iraque) nos anos 20.

Quizzer disse...

Caro CN,

Não é assunto para mim prioritário, mas quem afirmou que o fundamentalismo islâmico era um gigante adormecido despertado pelas política Ocidentais no pós-guerra foi Ron Paul, não eu.

De resto, "eles" (eles, quem, apetece perguntar), não teriam ficado irritados por alguma coisa pré-Churchill? Sei lá, Lepanto? A tomada de Lisboa?

Mas, para já, a minha prioridade é perceber o que pensam os escribas deste blog sobre a posição de Ron Paul na discussão do CIRA e evitarei futuras dispersões.

filipeabrantes disse...

«É um livro, de raiz conspiracionista e paranóica e que veio a motivar alguns pedidos de desculpas públicos por parte dos autores, essencial para perceber o pensamento de Ron Paul sobre este assunto.»

Porquê essencial? Terá o ron paul uma visão conspiracionista e paranóica (sic) sobre o 9/11?

Não é por nada, mas o Freitas do Amaral foi bem injustiçado quando afirmou compreender os terroristas. Compreender não é desculpar.

O Ron Paul apenas diz aquilo que me parece evidente: à força de intervir vão-se cometendo erros (inevitáveis), alianças dúbias (realismo..) e alimentando ódios. E tudo isso tem mais tarde ou mais cedo consequências.

Sobre a posição do Ron Paul sobre a CIRA, não estou dentro do assunto. Em todo o caso, não é impossível que discorde dele nesse aspecto (se a posição do R.Paul for mesmo aquela que o quizzer menciona).

Quizzer disse...

Caro Filipe Abrantes,

Obrigado pela resposta. Registo que desconhece a posição do Ron Paul sobre o assunto que, segundo o próprio, é provavelmente o mais importante destas eleições. Presumo que também desconheça o CIRA (o que é natural).

Eu só afirmei que o livro era de raiz conspiracionista e paranóica. Se também desconhece a importância da referência ao livro, arrisco a dizer que também neste assunto não conhece muito sobre o pensamento do congressista.

Não querendo cometer a injustiça de afirmar que a maioria dos apoiantes lusos de Ron Paul desconhecem muita coisa sobre o aquilo que ele realmente diz e faz, creio que não estarei a ir longe demais na constatação de que se avolumam indícios nesse sentido.

Benfiquista disse...

«Não querendo cometer a injustiça de afirmar que a maioria dos apoiantes lusos de Ron Paul desconhecem muita coisa sobre o aquilo que ele realmente diz e faz, creio que não estarei a ir longe demais na constatação de que se avolumam indícios nesse sentido.»

Agradeço a preocupação do controleiro quizzer mas tenho a certeza de que os apoiantes lusos do ron paul conhecem melhor as suas posições do que a maioria dos apoiantes lusos de qualquer outro candidato.

Sobre o meu apoio ao candidato ron paul, o que eu conheço das suas posições chega-me para o preferir aos outros todos.

É talvez estranho, mas aqui em Portugal eu costumo apoiar e votar em políticos cujas posições em determinados assuntos desconheço. Devo mesmo ser pouco sério.

Quizzer disse...

Concordará que as suas presunções ou conjecturas sobre os apoiantes dos outros candidatos não são relevantes, caro Filipe. E gostaria de não me dispersar em ad hominem.

Posso validar a sua oposição à posição de Ron Paul no que se refere ao tema que ele apodou como decisivo para estas eleições (e Ron Paul é um congressista e é candidato a um cargo político, não é candidato a propagandista), a da reforma da imigração conforme plasmada no CIRA?

Quanto ao livro, mantenho que é "essencial". E, naturalmente, não o digo de forma gratuita.

filipeabrantes disse...

«Concordará que as suas presunções ou conjecturas sobre os apoiantes dos outros candidatos não são relevantes, caro Filipe.»

São relevantes pois respondem à sua acusação de facilitismo e leviandade aos "apoiantes lusos" no seu apoio ao Ron Paul. Uma análise comparativa dá sempre jeito para vermos o que é mesmo relevante.

Além disto tudo, é irónico como ao mesmo tempo somos acusados de "marxismo-liberalismo" dogmático e de inconsistência por discordarmos em certos pontos do candidato que apoiamos. Nem uma nem outra.

Quanto aquilo que é tido pelo ron paul como "essencial", para mim não o é. O ron paul até poderia ser um falcão em política externa que o apoiaria na mesma. O que é relevante no meu entender é a sua posição quanto às políticas internas, mesmo que discorde de algumas.

Simplificando e resumindo:

minha discordância das ideias do r.paul = 10/15%

minha discordância das ideias dos outros candidatos = 25/30%

Quizzer disse...

Desculpe, mas eu só respondo por mim. Não tenho nada a ver com o que outros vos chamam.

As minhas acusações, como lhes chama, são, se preferir, inquirições: até ao momento, percebi duas coisas - que até ao momento não encontrei um apoiante do congressista que concordasse com a posição deste na matéria que, segundo o próprio, é a decisiva nestas presidenciais (a reforma das leis da imigração) e que o Filipe Abrantes não conhece o "La Vérité Interdite". Sendo estas as duas questões que até ao momento levantei...

O que eu disse foi que o livro era "essencial", não que a atitude de Ron Paul na política externa o seja - por isso até tenho preferido falar na interna onde há pano paga mangas.

Achei piada a uma coisa e vai desculpar-me a curiosidade: conhece assim tão bem as posições de Ron Paul e de outros candidatos ao ponto de conseguir essa precisão quase algorítmica? Onde é que concorda com Ron Paul e discorda, por exemplo, de McCain, Huckabee, Brownback ou Hunter?

p.s. - Quanto aos apoiantes dos outros candidatos, como queira. PEssoalmente, queria evitar que neste blog se falasse mais dos outros candidatos do qeu de Ron Paul, mas é indesmentível que há uma certa tendência para o fazerem. As interpelações que já me foram feitas nessa base são inúmeras.

filipeabrantes disse...

Algoritmica coisa nenhuma. Foi uma simplificação para o quizzer-inquiridor perceber e talvez me deixar em paz com isso =)

Eu não sou "ronpauliano", sou uma pessoa em portugal que aprecia a mensagem global das suas ideias e gostaria de ver um país amigo regressar a alguns dos seus valores de origem. E para isso creio que o ron paul é o melhor. Os outros, mais coisa menos coisa, são apenas mais do mesmo.

Quizzer disse...

"E para isso creio que o ron paul é o melhor. Os outros, mais coisa menos coisa, são apenas mais do mesmo."

De acordo. A seu pedido, não continuarei este debate. Mas, perante estas declarações, eu indago-me "porquê"? Crê em tal porquê? E desconfio que conheço a resposta.