A minha concordância com Ron Paul não é a 100%. É normal que assim seja, mas dada a tendência muito portuguesa de catalogar as pessoas com rótulos e fugir, dessa forma, à discussão, julgo importante salientar este ponto.
Começo com as políticas em que discordo de Ron Paul. Estas são, essencialmente, a nível de política internacional e refiro-me essencialmente à NATO, organização da qual Ron Paul defende a saída dos EUA.
Considero a NATO uma organização importantíssima para a estabilização do mundo ocidental. Quem tenha lido The Long Entanglement de Lawrence S. Kaplan, ou o Strategies of Containment, de Gaddis, sabe dos riscos que a Europa ocidental correu em 1945, nos pedidos de socorro que vieram dos europeus e da ajuda crucial que foi a pronta decisão dos EUA nesta matéria.
Creio que a NATO continua a ter uma importância crucial na estabilidade mundial. Foi acreditando nisso mesmo que escrevi, em Janeiro deste ano, um artigo na Revista Atlântico, intitulado o Novo Atlântico, no qual considerei da máxima importância a adesão de países como o Brasil, Angola e Cabo Verde a esta organização militar.
O que é importante, julgo, é compreender que sendo Ron Paul um liberal, não há lugar a dogmas. A diversidade, a discussão, o confronto de ideias é a luz da vida. A razão de ser, além do amor e da amizade, da nossa existência. Não há projectos perfeitos, não há homens perfeitos, não há ideias perfeitas, mas projectos homens e ideias globalmente vantajosos. O meu apoio a Ron Paul parte daqui.
27.10.07
Não existe 100% fruta natural
Colocado por André Abrantes Amaral às 17:55
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1 comentário:
Não ter desfeito a NATO quando a URSS e o seu pacto de Varsóvia se desfizeram é que foi um tremendo disparate.
Prosseguir uma política agressiva, estendendo as fronteiras do Tratado praticamente até às portas de Moscovo ainda é pior e pode ser um erro a pagar muito caro a médio prazo.
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