1.10.07

Os "sensatos" herdeiros do Sr Callaghan


A partir de 1976 e até às eleições gerais de 1979, Margaret Thatcher enfrentou James Callaghan, o "moderado" e "sensato" primeiro-ministro trabalhista, um Blair mais maduro antes de Blair, que a atacava insistentemente como alguém que tinha "o discurso mais ideológico neste País desde o pós-guerra". Para Callaghan, que mereceu no obituário do "Spectator" o apelido de "verdadeiro Tory", Thatcher era uma sectária do mercado livre, uma política inexperiente apenas com ideias (aliás, bastante perigosas) na cabeça. Como Thatcher lembrou nas suas memórias em "The Downing Street Years", os ataques de Callaghan replicavam aqueles que lhe eram feitos dentro do seu próprio partido por toda a "velha guarda" conservadora, apostada no modelo corporativista das decisões a três - governo/TUC (sindicatos)/CBI ("empresários"). Foi esta coligação de interesses da "esquerda" e da "direita" sociais-democratas que ela teve de enfrentar até conseguir uma vitória mais folgada em 1983. Aqueles que hoje falam em nome do conservadorismo do bom senso, do realismo e da moderação contra Ron Paul são os mesmos que teriam em 1979-1981 estado contra o programa ideológico liberal de Reagan e de Thatcher e que hoje, com uma desfaçatez do tamanho do mundo, se reclamam destes dois liberais contra Ron Paul. De quem a direita "liberal" é herdeira é do Sr. James Callaghan (que descanse em paz).

Actualização: Pára tudo! Afinal, sou um marxista-liberal! Não um perigoso evangélico nem uma "freira ao quadrado". Da mesma fonte criadora do islamo-fascismo, mais uma inovação tão bem-vinda à Ciência Política!

5 comentários:

Quizzer disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Quizzer disse...

Quanto ao comércio livre, também tenho algumas questões a colocar sobre a actuação do congressista - é curioso como o voting record de Ron Paul lhe confere um apreço tão especial de sindicatos e confederações patronais -, mas gostaria de começar pela CIRA.

CN disse...

Sabe

Os chamados "acordos de comércio livre" têm centenas ou até milhares de páginas.

Se fossem de comércio livre diriam: abram-se as fronteiras.

Tal como um conservador ou liberal nao é todo aquele que diz que o é, também um acordo de comércio livre não o é só por causa do título do calhamaço.

Quizzer disse...

Com certeza. Já lá iremos. Para já, a minha prioridade é a S2611.

Quizzer disse...

"Se fossem de comércio livre diriam: abram-se as fronteiras."

Já agora, repare que não lhe perguntei se "é a favor da abolição de fronteiras em todo o mundo."