"O papel do governo, de uma forma geral, deveria ser o de limitar os autores de actos violentos e não de condicionar os cidadãos a agir de uma determinada forma. A utilização dos poderes tributários do governo para “promoção da família”, como alguns conservadores desejam, faz tanto sentido como o processo redistributivo que constitui o sistema social promovido pela esquerda. O erro relativo à incompreensão da lei moral é o mesmo; os resultados são diferentes apenas porque a preferência pessoal e subjectiva dos grupos é diferente. Tanto os progressistas como os conservadores violam a definição estrita de lei moral quando tentam “legislar a moralidade” de acordo com a sua perspectiva."
Freedom Under Siege, página 33
Vemos por cá que, sempre que surge algum incentivo à natalidade e à família, se gera uma espécie de consenso político e social - falso da parte da esquerda, mas que funciona como rebuçado para enganar a direita conservadora. Não cabe ao Estado incentivar ou desincentivar a natalidade. Cabe aos cidadãos decidirem livremente e sem recompensas, dadas à custa dos restantes elementos e à sua revelia. Se as democracias ocidentais apresentam hoje uma diminuição da natalidade, tal fica a dever-se a uma imensidão de factores, entre os quais os sistemas de contracepção existentes, a presença activa da mulher no mercado de trabalho, por opção pessoal, em suma, à maior valorização dada pelas pessoas a um conjunto de actividades distintas da paternidade. Claro que existirão uma série de intervenções governamentais que provavelmente induzirão esta decisão. Como sabemos o nosso Estado raramente é neutral. Porém, não podemos entrar num jogo de compensações. Cabe-nos lutar para acabar com os incentivos que detectemos à baixa da natalidade, não corrigir um erro com outro. Senão, estaremos apenas a justificar a mesma abordagem por parte daqueles que tenham uma opinião diferente, no dia em que estes o possam fazer.
5.11.07
Freedom Under Siege (10)
Colocado por Diogo Almeida às 19:49
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