26.11.07

Freedom Under Siege (12)

A liberdade de escolha corresponde à maximização do incentivo à produção, pois assume que podemos ficar com o fruto do nosso trabalho. Numa sociedade livre, um indivíduo tira partido de decisões sensatas e frugais e sofre as consequências de maus julgamentos e hábitos prejudiciais. Não cabe ao Estado garantir ou tributar o sucesso nem compensar aqueles que falham. O indivíduo tem de ser responsável por todas as suas decisões. O facto de alguns sofrerem por acontecimentos que estão fora do seu controlo não pode justificar o uso da violência contra terceiros sob a fachada da “ajuda”. O facto de alguém se encontrar em dificuldades não lhe dá o direito de roubar os seus vizinhos e não podemos perdoar o Estado quando o faz em nome dele. Assegurar o bem-estar geral significa manter as condições gerais de liberdade. Não deve em circunstância alguma ser usado para justificar bem-estares específicos ou qualquer transferência de bens de uma pessoa para outra.
Uma sociedade livre permite o egoísmo mesquinho mas também a compaixão e o altruísmo. A ganância, quando associada à força ou à fraude, não é aceitável. Uma sociedade livre tem mais possibilidades de sobreviver se demonstrar voluntariamente compaixão para com os desafortunados do que se ignorar os seus pobres. O egoísmo saudável associado ao sentido de responsabilidade para com a família e amigos é muito superior a um Estado-Providência construído tendo por base um altruísmo cego e a redistribuição forçada de riqueza.Uma sociedade que tenha em elevada estima o princípio dos direitos individuais é superior em todos os níveis a uma sociedade que distorça o significado de liberdade e permita a existência da coerção governamental.

Freedom Under Siege, página 39

Além de tudo o que Ron Paul escreve no texto acima, importa ainda salientar que uma sociedade dominada pelo Estado-Providência isenta os cidadãos de qualquer responsabilidade social directa (aliás, dificulta mesmo, visto que lhes extorque previamente a verba que estes poderiam usar nesse sentido, caso assim desejassem), colocando nos ombros do Estado essa função e acabando por destruir o próprio sentido de responsabilidade individual e a verdadeira solidariedade. O cidadão, mais pobre e menos responsável, não sente como sua a missão de apoiar os mais necessitados, um novo monopólio moral do Estado, que a implementa com a habitual burocracia sem coração, de forma ineficaz e esbanjadora.

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