31.1.08

Mais Conservadores-Presidentes à "Michael Moore"

Pelo Presidente-General que avisou contra o Complexo Militar-Industrial (já não se fazem conservadores assim...):

McLying vs. Ron Paul

Writes Mike Martin: "Did McCain say in response to Ron that Ike didn't run on promising to get us out of Korea? Well, here's a transcript of one of his campaign ads:

"'Announcer: Eisenhower answers America. "'Man: General, the Democrats are telling me I never had it so good.

"'Eisenhower: Can that be true when America is billions in debt, and prices have doubled and taxes break our backs, and we are still fighting in Korea. It's tragic. And it's time for a change.'"

Great ad! It could be for Ron Paul."(LRCBlog)

1 comentário:

Quizzer disse...

Permita-me que explique duas ou três coisas:

- Eisenhower defendeu um armistício na Coreia, não a retirada. Ele nunca prometeu retirar as tropas da Coreia. E nunca o fez. Aliás, elas ainda lá estão - e jamais Eisenhower pensou em fazê-las sair. Muito menos o prometeu.

- O armistício não foi conseguido pela rendição ou retirada. Em Maio de 1953, Eisenhower ameaçou atacar com armas nucleares a China. As tréguas foram assinadas em Julho e foram antecedidas por uma escalada militar, com intensos bombardeamentos e por uma intensificação da retórica belicista.

- Estas tentativas de colar a doutrina militar e de política externa de Eisenhower a Ron Paul atinge as raias do absurdo. Foi a administração Eisenhower que ofereceu armas nucleares ao franceses para bombardearem os vietnamitas em Dienbienphu. Foi a administração Eisenhower que autorizou o golpe militar na Nicarágua e o apoio da Força Aérea. Foi a administração Eisenhower que enviou tropas para o Líbano em 1954 e, uma vez mais, autorizou a utilização de armas nucleares, de forma a conter o expansionismo de Nasser. Foi a administração Eisenhower que decidiu a intervenção na Guatemala e começou o planeamento da invasão a Cuba. E, cúmulo das ironias, foi Eisenhower que decidiu a intervenção norte-americana no Irão que culminou no golpe de estado contra Mohammed Mosaddeq e na prisão deste - precisamente aquilo que, na sua teoria marxista-kojeviana do backlash, Ron Paul aponta como causa primeira dos ataques terroristas do 9/11.

- Em suma: a doutrina Eisenhower - e a sua expressão prática - é bem conhecida e a tentativa de a colar às propostas de Paul é uma lamentável tentativa de contorcionismo e revisionismo. Isto são factos - que, para pessoas sensatas, constituem a intransponível barreira face à devassidão ideológica.

- Quando Ron Paul andava a vender fanzines aos "survivalist groups" e a maioria dos seus apoiantes ainda vestiam calções, o Senador John McCain andava incansavelmente a alertar para o facto que a política de defesa dos EUA estava refém dos interesses especiais da indústria militar. Há décadas que defende cortes no Orçamento da Defesa. Já em 1990 defendeu uma redução do número de tropas americanas estacionadas na Europa. McCain foi dos senadores mais cépticos quanto à intervenção norte-americana nos Balcãs e o que mais trabalhou para que esta fosse limitada e contida. Foi o único político republicano de dimensão nacional a ter a coragem de criticar ferozmente a doutrina Rumsfeld e neo-conservadora no Iraque. E, infelizmente para ele, o Sen. McCain conhece os horrores das guerras muito melhor do que qualquer um de nós.

Finalmente, pode-se acusar John McCain de muita coisa, com maior ou menor dose de justiça. Mas não de ser mentiroso. Porque isso ele não é.